Delegado classifica como assustador o cenário de crimes contra criança no Paraná

Um cenário assustador. É desta forma que o delegado titular do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA), Rodrigo Rederde, define o contexto atual na Polícia Civil em relação aos crimes sexuais contra o público infanto-juvenil no estado.

“Os casos aumentam, apesar de estarmos cada dia trabalhando mais, com o efetivo mais robusto, com uma equipe técnica mais preparada, inclusive, uma das mais preparadas do Brasil. No entanto, há muita subnotificação, existem pessoas que começam a ter acesso à informação em função do nosso trabalho e isso aumenta a demanda. Para nós, é muito bom ter acesso às denúncias porque nos possibilita investigar e prender. Conseguimos, com mais denúncias, investigar mais, prender mais, então estamos a cada dia batendo números. Os números de prisões, os números de investigações concluídas”, afirmou

O delegado destacou a importância da lei de autoria da deputada Cantora Mara Lima (Republicanos) que institui o Dia Estadual de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (Lei 17.493/2013), e da campanha Maio Laranja.

“Temos ações e focamos em prender alvos perigosos, que muitas vezes estão foragidos. Serão duas operações este mês. E também destacar o papel da conscientização. Porque focamos a nossa equipe em palestras, em aproximar da sociedade, mostrar os canais de atuação”, citou.

Por dia, mais de 60 agressões!

Os dados mais recentes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que em 2023, 22.527 crianças e adolescentes foram vítimas de maus tratos e 60% das vítimas tinham entre 0 e 9 anos. Dessas denúncias registradas, os números podem ser bem maiores, uma vez que muitos destes crimes não chegam a ser notificados. O crescimento apontado pelo Anuário em 2023 foi de 14% para abandono de incapaz, 13,8% de maus tratos e 16,4% de exploração sexual infantil.

Ele citou dois tipos de abuso sexual contra as crianças e adolescentes. “Os cyber crimes e os crimes reais, aqueles agressivos e violentos. É muito importante que a gente esteja atento aos sinais dos crimes cyber, muitas vezes os segredos que as crianças ou adolescentes podem ter com os pais. É preciso lembrar sempre que o melhor amigo dos filhos são os pais. Então, esse diálogo tem que ser franco”, alertou.

Entre os sinais de alerta estão comportamentos de regressão, quando as crianças começam a ter hábitos que elas não tinham antigamente, como por exemplo chupar o dedo, fazer xixi na cama que podem ser “sinais de violência sexual, daí não no mundo cyber, mas sim no mundo real”.

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