Detector de metais, isolamento entre o setor administrativo e as salas de aula, e restrição de acesso e permanência no interior dos colégios são algumas das medidas previstas
O tiroteio na Escola Estadual Helena Kolody, em Cambé, na região norte do Paraná, que provocou a morte de dois adolescentes, trouxe a tona as discussões sobre a segurança nas escolas e medidas de combate e prevenção à violência, no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná.
A estudante Karoline Verri Alves, de 17 anos morreu na hora, e o estudante Luan Augusto, de 16, chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu. O criminoso, de 21 anos, é um ex-aluno da instituição e foi preso.
Em 2019, a deputada cantora Mara Lima (Republicanos), protocolou um projeto de lei (Projeto de Lei Nº 143/2019) para impedir o ingresso com armas ou objetos perigosos nas escolas com a implantação de detectores de metais. O texto prevê ainda outras medidas simples que podem conter um possível ataque como isolar o setor administrativo das salas de aula, além da restringir o acesso e permanência no interior dos colégios. Desde então a matéria permanece aguardando análise da CCJ, a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná. De lá pra cá, 10 projetos similares de outros deputados foram anexados ao texto.
“No momento em que apresentei esse projeto de lei, em 2019, não havia casos registrados no Paraná. É realmente muito triste imaginar que talvez essa tragédia pudesse ter sido evitada se essas medidas tivessem sido adotadas. Tenho certeza que o governo do estado, com o programa Escola Segura, poderá implementar esse projeto e todas as ações possíveis para esse tipo de barbaridade não se repita”, afirmou a deputada.
Casos registrados no Brasil
Em março, uma professora morreu e cinco pessoas ficaram feridas à faca em São Paulo. Poucos dias depois, em abril, quatro crianças, entre quatro e sete anos, morreram e outras quatro ficaram feridas no ataque em uma creche de Blumenau, em Santa Catarina.
O crime na escola de Cambé elevou para 32 os registros de ataques com violência extrema a escolas em pouco mais de 20 anos (entre janeiro de 2002 e junho de 2023), segundo estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nesse período, 37 pessoas morreram.